
Como Fintechs e BaaS podem transformar dados em faturamento inteligente
5 de jun. de 2025
Aprenda como fintechs e BaaS convertem grandes volumes de dados em faturamento preciso via automação de billing, mesmo com inflação alta e renegociações constantes.
Desafios dos Dados Dispersos nas Fintechs e BaaS
Fintechs e plataformas de Banking as a Service (BaaS) acumulam volumes massivos e variados de dados transacionais. Cada pagamento, transferência via Pix, interação de usuário ou integração via API gera informações valiosas. O grande obstáculo é transformar esse mar de dados em um processo de faturamento preciso, auditável e escalável. Empresas como a Celcoin – provedora de infraestrutura financeira – ilustram bem essa realidade ao lidar com múltiplas fontes de dados. A Celcoin, por exemplo, processa mais de 200 milhões de transações Pix por mês, evidenciando o enorme volume de informações gerado em sua plataforma. Cada fonte de dados (APIs de parceiros, transações de usuários finais, sistemas legados etc.) possui formatos e frequências distintas, o que torna a consolidação e interpretação desses dados extremamente complexa.
Além do desafio técnico, há requisitos de compliance e transparência exigidos pelo mercado. Os clientes (bancos parceiros, fintechs clientes etc.) demandam justificativa clara de cada cobrança realizada. Isso significa que o faturamento precisa ser detalhado e rastreável, com trilhas de auditoria que conectem cada item cobrado aos dados brutos de uso que o originaram. Conciliar dezenas de fontes heterogêneas e ainda fornecer relatórios compreensíveis e auditáveis é uma dor de cabeça comum para CFOs e COOs de fintechs. Mesmo grandes bancos tradicionais enfrentam dificuldades similares – muitos têm dificuldade em interpretar os dados coletados de clientes em outras instituições, que usam “linguagens” (formatos) diferentes. Em suma, a multiplicidade de fontes de dados financeiras fragmenta a informação e torna desafiadora a geração de um faturamento confiável e unificado.
Agregação de Dados: a Base do Faturamento Unificado
Para superar esses desafios, fintechs bem-sucedidas investem em agregação e unificação de dados. Isso significa coletar informações de múltiplas origens, padronizá-las e consolidá-las em uma fonte única de verdade – um dataset central e confiável. Com todos os dados no mesmo formato e base, torna-se possível ter uma visão holística das operações. As equipes conseguem identificar padrões de uso, detectar inconsistências (por exemplo, integrações com falhas de transmissão) e extrair insights valiosos para o negócio.
No contexto do Open Finance na América Latina, ferramentas de agregação de dados ganharam destaque. Elas permitem conectar sistemas diversos e quebrar silos de informação. Nos Estados Unidos, por exemplo, o uso de soluções de agregação financeira já é prática consolidada. A Envestnet | Yodlee, pioneira nesse mercado, oferece uma plataforma que integra dados de mais de 17.000 instituições financeiras globais em uma única API unificada. Esse tipo de solução possibilita aos clientes uma visão 360° de suas finanças ao agregar contas bancárias distintas em um só lugar. Para as empresas, a agregação robusta significa acesso a dados abrangentes e consistentes – combustível para um faturamento mais inteligente. Com dados unificados, fica mais fácil automatizar cálculos de cobrança e garantir que nenhuma transação fique de fora ou seja contabilizada em duplicidade, aumentando a precisão e transparência das faturas geradas.
Aprendizados do Mercado Internacional
No mercado internacional, especialmente nos EUA, fintechs e provedores de infraestrutura financeira investiram cedo em tecnologias de billing capazes de lidar com enormes volumes de dados. Um exemplo ilustrativo vem da Early Warning Services, empresa por trás do sistema de pagamentos Zelle®. Eles enfrentaram limitações no sistema caseiro de faturamento, que não comportava o crescimento explosivo dos dados transacionais – o Zelle ultrapassou US$ 1 trilhão em volume de pagamentos em um único ano. A solução foi migrar para uma plataforma moderna de billing. O impacto foi significativo: o tempo de processamento do ciclo de faturamento caiu de 15 dias para cerca de 4 a 5 dias. Com a automação e escalabilidade do novo sistema, a empresa passou a fechar contas e gerar relatórios quase em tempo real, dando aos executivos visibilidade imediata sobre a receita e uso dos produtos. Essa experiência internacional destaca dois pontos importantes: (1) sistemas legados de cobrança rapidamente se tornam gargalos quando o volume de dados de clientes dispara, e (2) investir em plataformas robustas de faturamento inteligente traz não só acurácia, mas também agiliza o fluxo de caixa e a tomada de decisão baseada em dados atualizados.
Outro aprendizado dos EUA é a melhoria na experiência do cliente ao se adotar cobrança orientada por dados. Com dados consolidados, é possível apresentar faturas detalhadas e fáceis de entender, reforçando a confiança do cliente nos valores cobrados. Transparência gera confiança. Ferramentas de agregação e billing avançado nos mercados maduros não apenas facilitam a vida do financeiro da fintech, mas também do cliente final, que passa a ter clareza do que está pagando. Visão unificada e precisão na cobrança andam lado a lado – quando a fintech enxerga todos os dados do cliente de forma integrada, tende a cobrar corretamente por cada serviço utilizado, evitando disputas e necessidade de ajustes posteriores.
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Open Finance no Brasil: Oportunidades e Desafios Locais
No Brasil, a evolução do Open Finance (nosso Open Banking ampliado) abriu novas possibilidades para integração de dados financeiros. Iniciativas regulatórias do Banco Central – como o Pix e as diretrizes de compartilhamento de dados – incentivaram a interoperabilidade entre instituições. Hoje, milhões de consumidores já consentiram em compartilhar seus dados via Open Finance, permitindo que terceiros agregadores acessem informações bancárias de forma segura (já eram 22 milhões de clientes consentindo até 2021, pouco após o lançamento do Open Finance no país). Plataformas como a da Belvo, líder em APIs de Open Finance na América Latina, se beneficiam desse ecossistema. Sua plataforma permite que empresas agreguem, padronizem e enriqueçam dados financeiros, movimentando dinheiro entre contas de forma sem fricção. Em outras palavras, com o consentimento do usuário final, fintechs conseguem importar dados de diversas fontes (bancos, sistemas fiscais, fintechs parceiras) para construir serviços financeiros mais completos. Isso é terreno fértil para um faturamento integrado – os dados necessários para cobrar pelos serviços podem fluir automaticamente entre as instituições participantes.
Contudo, junto com oportunidades, existem desafios locais significativos. Diferente dos EUA, onde os padrões de dados e APIs já estão consolidados há mais tempo, no Brasil a padronização ainda é um trabalho em andamento. As fintechs precisam lidar com diferentes padrões de APIs e formatos de dados conforme cada banco ou parceiro. Embora o Open Finance traga diretrizes, a realidade é que integrar tudo não é plug-and-play – exige engenharia de dados robusta e constantes adaptações. A segurança da informação também é um ponto crítico: mais dados circulando significam maior responsabilidade em proteção e privacidade, sob pena de violações regulatórias severas.
Além disso, aspectos macroeconômicos brasileiros agravam a complexidade. Com inflação historicamente alta, é comum a necessidade de reajustar preços periodicamente ou indexar contratos a índices inflacionários. Esses reajustes frequentes e renegociações contratuais se traduzem em mudanças nos parâmetros de faturamento (novas tabelas de preços, descontos temporários, tier de tarifas ajustadas etc.). Manter sistemas de billing sincronizados com essas mudanças é desafiador. Nesse contexto volátil, ter informações financeiras precisas e atualizadas torna-se ainda mais crítico para os negócios – “quanto maiores os riscos, mais relevante é ter informações precisas para ajudar nas decisões”, destacou o diretor da Belvo ao comentar o cenário de inflação e juros em alta. Ou seja, em épocas de reajustes constantes, um faturamento inteligente, baseado em dados corretos em tempo real, deixa de ser luxo e vira necessidade de sobrevivência.
Automação: O Pilar do Faturamento Inteligente
Diante do tsunami de dados e da complexidade operacional, a automação do faturamento emerge como peça-chave. Automatizar etapas como coleta de dados, validação, processamento e emissão de faturas traz diversos benefícios: redução de erros manuais, ganho de velocidade no ciclo de faturamento, corte de custos operacionais e maior previsibilidade nas receitas. Em vez de funcionários extraindo planilhas de várias fontes e conciliando números noite adentro, a empresa pode contar com pipelines automatizados que fazem esse trabalho pesado em minutos.
A automação também facilita a adaptação a diferentes modelos de negócios e precificação. Fintechs costumam inovar em modelos de cobrança – algumas oferecem serviços no modelo pay-as-you-go (pague conforme o uso), outras combinam mensalidades fixas com tarifas variáveis por transação, etc. Modelos de cobrança por uso, em especial, exigem análise minuciosa do consumo de cada cliente para gerar cobranças justas. Nesses casos, o sistema de billing precisa rastrear volumes consumidos e aplicar tarifas dinâmicas automaticamente. Por exemplo, uma plataforma na nuvem pode cobrar por gigabyte armazenado ou uma fintech de pagamentos por quantidade de transações processadas. Ao final de cada ciclo, o sistema calcula o uso e emite faturas proporcionais ao consumo, com valores diferentes para cada cliente conforme sua utilização. Sem automação, seria impraticável acompanhar todos esses microdados e ainda aplicar regras contratuais (descontos por volume, franquias, excedentes) de forma correta e consistente.
Portanto, investir em automação do faturamento é investir em escalabilidade e confiabilidade. Quando bem implementada, a automação permite inclusive identificar anomalias – por exemplo, consumo atípico de um cliente – e alertar equipes de suporte antes que isso vire um problema (uma cobrança inesperadamente alta, por exemplo). Internamente, times de finanças ganham tempo para analisar os números e extrair insights, em vez de desperdiçarem esforço conferindo cálculos. A experiência da Early Warning nos EUA reforça esse ponto: com a automação, o processamento de volumes de dados que levava dias passou a ser feito em minutos, liberando a equipe para focar em análise estratégica. Em resumo, a automação transforma o faturamento de um gargalo operacional em um diferencial competitivo – permitindo que a fintech lance novos produtos e modelos de precificação sem medo de “travar” seu backoffice financeiro.
Caso Celcoin: Dados em Ação com a Aira
A Celcoin enfrentava exatamente os desafios mencionados: diversas linhas de serviço (pagamentos, banking, crédito) gerando dados em diversos formatos, enquanto a empresa crescia aceleradamente. A gestão manual desse faturamento complexo tornava-se problemática. Foi nesse contexto que a Celcoin adotou a solução da Aira para simplificar e potencializar seu faturamento orientado por dados. A plataforma da Aira aplica automação avançada para coletar, consolidar e processar informações de uso, seguindo as regras contratuais específicas de cada cliente automaticamente. Isso reduziu drasticamente retrabalhos, além de fornecer visibilidade clara das operações financeiras em tempo real para os gestores.
Com a implementação da Aira, a Celcoin rapidamente colheu resultados concretos:
Unificação automatizada de dados: fontes distintas de dados (desde APIs de parceiros até registros de Pix e outras transações) passaram a alimentar uma base única, com tratamento e validação automáticos que asseguram alta precisão na consolidação das informações.
Regras contratuais aplicadas corretamente: cada cliente da Celcoin possui um contrato com um mix de preços e condições (por exemplo, um banco parceiro pode ter uma tarifa X por transação até certo volume e Y além disso). A Aira incorporou essas regras no sistema, de modo que a cobrança de cada cliente passou a refletir exatamente o acordado, sem cálculos manuais.
Dados atualizados para equipes internas: as informações de uso e faturamento ficaram disponíveis quase em tempo real para os times de Finanças, Vendas e Customer Success da Celcoin. Assim, a equipe de vendas sabe quanto cada cliente gerou em receita e pode identificar oportunidades de expansão; o time de sucesso do cliente pode alertar sobre usos fora do comum; e o financeiro fecha o mês com rapidez e confiança nos números.
O efeito dessas melhorias foi imediato. A Celcoin conseguiu um faturamento muito mais preciso e ágil, eliminando discrepâncias que antes geravam ajustes posteriores. Processos que demandavam dias de conferência passaram a ser concluídos em questão de horas ou minutos, liberando capacidade da equipe para focar em análises e estratégias de pricing. Além disso, com os dados de faturamento integrados e confiáveis, a relação com os clientes finais ganhou transparência – os parceiros da Celcoin passaram a receber faturas detalhadas e corretas, fortalecendo a confiança na plataforma. Em síntese, ao transformar seus dados dispersos em um faturamento inteligente, a Celcoin simplificou operações e aumentou a confiança em seu próprio crescimento.
Conclusão
Transformar dados em um faturamento inteligente deixou de ser apenas desejo e virou pilar estratégico para fintechs e empresas de BaaS. Em um setor movido a dados, a capacidade de agregar, unificar e automatizar informações de múltiplas fontes é essencial para garantir precisão nas cobranças, compliance regulatório e escalabilidade operacional. CFOs, CEOs e COOs de fintechs que buscam crescimento sustentável precisam olhar para seu processo de faturamento e se perguntar: estamos aproveitando nossos dados ao máximo ou ainda “nadando” contra a corrente em planilhas e conferências manuais?
A boa notícia é que já existem tecnologias e soluções – como a oferecida pela Aira – feitas sob medida para resolver esses problemas. Assim como a Celcoin, muitas empresas podem dar um salto de eficiência ao adotar um faturamento orientado por dados e fortemente automatizado. Os benefícios vão desde receitas mais previsíveis e rápidas (melhorando fluxo de caixa) até clientes mais satisfeitos pela transparência e exatidão das cobranças.
Se a sua empresa enfrenta desafios semelhantes aos que descrevemos, a Aira pode ser a parceira ideal para converter seus dados em diferencial competitivo. Fale com o nosso time e descubra como podemos ajudar a otimizar seu processo de faturamento, liberando todo o potencial dos seus dados para impulsionar o crescimento do seu negócio.